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Cancelamento: Como as empresas têm se preparado?

Talvez você não se lembre de um caso bem sucedido de gestão de crises empresariais, mas certamente se lembra de grandes marcas que foram “canceladas” perante o seu público. Isso acontece porque provavelmente a organização não possuía uma equipe de assessoria de imprensa ou não estava preparada para a ocorrência desses eventos.

E aqui entra o primeiro ponto no qual a gestão de crises na comunicação empresarial se faz essencial: a única certeza que temos é que imprevistos acontecem e nos momentos mais inusitados possíveis. Daí a importância de saber identificar possíveis ameaças e agir rápido em momentos inoportunos. 

Equipe de gestão de crises empresariais: você ainda não tem na sua empresa?

Imagine um cenário no qual o diretor, gerente, CEO ou outra pessoa influente da sua companhia utilize as redes sociais, ainda que pessoais, para fazer um comentário de cunho machista, preconceituoso, racista ou de qualquer outra natureza que vá contra os direitos humanos.

Ou ainda, se essa mesma pessoa divulga uma informação sigilosa sobre a empresa, espalha uma notícia falsa, ataca a concorrência ou até mesmo se mete em uma briga no bar. E aí, o que fazer?

Bem, é nesse momento que entra o papel da equipe de assessoria de imprensa, que serve como ponte entre a empresa e os veículos de comunicação. É ela ainda a responsável por amenizar os danos causados por um comentário feito “de forma errada, na hora errada, pela pessoa errada”. 

Algumas das funções mais importantes da assessoria de imprensa na gestão de crises empresariais são:

  • reverter a imagem do assessorado após a situação polêmica utilizando o planejamento prévio de ações”;
  • orientar e treinar o responsável pela empresa antes de qualquer pronunciamento;
  • ser responsável por tomar decisões rápidas e assertivas em situações de emergência;
  • antecipar situações que possam trazer problemas para a empresa.

E se você ainda está em dúvida sobre a importância desses profissionais na sua empresa, vamos te mostrar alguns exemplos de casos nos quais a gestão de crise na comunicação falhou e causou problemas irreversíveis.

Flow Podcast e o comentário nazista

Recentemente, no início de fevereiro, a internet foi bombardeada com a informação de que o apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu a ideia de que deveria existir um partido nazista regulamentado por lei durante uma conversa com os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral.

Após o comentário tendencioso e que viola os direitos humanos, centenas de internautas, autoridades e patrocinadores passaram a se posicionar contra a fala e a boicotar o programa. Com isso, o youtuber foi desligado do estúdio que gerencia o podcast e perdeu sua parte das ações da marca.

Agora, um outro ponto que chama bastante atenção neste caso foi a ineficiência da equipe de gerenciamento de crises (se é que há uma), uma vez que após toda essa polêmica, Monark publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo desculpas pelo ocorrido,  dizendo que “estava bêbado quando falou aquilo”. 

Poucos dias depois, em seu Twitter, Monark ainda respondeu a um convite para conhecer o Museu do Holocausto em Curitiba com a seguinte mensagem: “”claro, seria um prazer”, se referindo ao fato de conhecer o espaço que carrega a memória das vítimas da Segunda Guerra Mundial. Todos esses comentários geraram ainda mais repercussões negativas sobre o caso. 

Viu só a importância de ter uma equipe de gerenciamento de crises pronta para saber orientar o porta-voz em momentos desafiadores como esse? Quantos problemas maiores não poderiam ter sido evitados…

Dove e o caso de racismo

Falando agora sobre um caso no qual a assessoria de imprensa poderia ter EVITADO enormes transtornos para essa famosa empresa de cosméticos tão conhecida por seu posicionamento baseado em autoaceitação e na beleza real, temos o caso de uma campanha da Dove, lançada em 2017, que foi considerada de cunho racista pelos internautas.

No vídeo, havia uma mulher preta, vestida com uma camiseta marrom que, “após usar um sabonete da marca”, trocava de pele e se transformava em uma jovem branca, vestida com uma roupa da mesma cor. Pelo menos é o que a campanha sugere, ainda que não fosse a intenção dos publicitários (não sabemos).

A questão é que isso repercutiu muito mal na internet, com direito até a comentários de pesquisadores e cientistas sociais e boicotes. Todo esse movimento teve início por meio do tweet de um digital influencer com 76 mil de seguidores na época que levantou as hashtags #DoveIsRacist e #BoycottDove nos Trending Topics em questão de horas.

Pouco tempo depois, a Dove UK se posicionou nas redes sociais pedindo desculpas pela ofensa, alegando que não tolera atividade ou imagem que insulte seu público e retirou a campanha do ar.

Agora, o curioso dessa história é que uma revisão atenta da campanha poderia ter poupado o problema. Mas infelizmente, um deslize como esse fez cair por terra um posicionamento igualitário que levou anos para ser construído.

Acho que deu para entender a importância de uma boa gestão de crises empresariais, certo? Pensando nisso, te aconselhamos a não deixar para amanhã a busca por uma equipe de assessoria de imprensa, afinal, pode ser que amanhã já seja tarde demais. 

Quer estar preparado para situações como essas? Entre em contato e vamos conversar.